sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Criatividade como fonte de renda

Conheça ideias de trabalhadores na hora de driblar a crise 

Por Monique Lima

A crise no cenário econômico brasileiro afetou milhares de trabalhadores que, por causa da retração de investimentos e a consequente redução de gastos por parte das empresas, perderam seus empregos. De acordo pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o total de desempregados no trimestre que acabou em julho de 2017 ultrapassou 13 milhões. Ou seja, quase a região Centro-oeste do Brasil toda sem uma renda procurando alternativas para sair da crise.  

MICROEMPREENDEDORISMO 
criatividade é um diferencial e tanto em momentos de perda de emprego ou queda de rendimentos, e os pequenos negócios aparecem como alternativa para as famílias que não têm onde buscar seu sustento. Segundo a pesquisa realizada pelo SEBRAE, "Global Entrepreneurship Monitor", que monitora aspectos do empreendedorismo no Brasil e no mundo, no primeiro trimestre de 2017 os brasileiros trabalhando por conta própria somavam 22,1 milhões, o que representa 1,2 milhões a mais do que no mesmo período em 2014 

Este foi um caminho que Ana Cibele Freitas, de 42 anos, de São Paulo encontrou. Com um filho de seis anos e outra de dois, ela decidiu pedir as contas do emprego de vendedora de móveis e explorar outras possibilidades, no intuito de se estabilizar com uma boa renda e flexibilidade de horários. "Eu quero continuar trabalhando com vendas, sim, mas agora dentro da minha própria empresa", explica.

Atualmente, ela atua na decoração de eventos como aniversários, chás de bebê, festas temáticas e até mesmo noivados e casamentos

Ana Cibele em uma de suas decorações / Foto: Arquivo Pessoal
Decoração de festa havaiana feita por Ana Cibele / Foto: Arquivo Pessoal
Bolsas de palha personalizadas que Ana Cibele confecciona / Foto: Arquivo Pessoal
Ana Cibele faz as peças de acordo com as escolhas de cada cliente / Foto: Arquivo Pessoal
Junior usando as fantasias que confecciona / Foto: Arquivo Pessoal
Ele faz diferentes performances em casas noturnas aos fins de semana / Foto: Arquivo Pessoal



Junior faz também recreação infantil / Foto: Arquivo Pessoal
Ele aproveita as datas comemorativas para suas fantasias e performances / Foto: Arquivo Pessoal
Leia também: Brechós - alternativa em tempos de crise
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Além disso, Ana Cibele também trabalha como artesã, confeccionando bolsas e chapéus de praia, que revende pelo Whatsapp 





Ela procura se atualizar sobre as últimas tendências pela internet, que é de onde absorve grande parte do aprendizado que aplica em seus produtos. "Pensei em fazer um curso, mas analisando bem a web tem muito conteúdo grátis, e muitas vezes mais atual que alguns lugares por aí", conta.  

Ela diz também que não tem intenção de voltar a trabalhar com registro em carteira assinada, pois está feliz com a realização de seu um projeto que sempre esteve em seus sonhos. "Daqui para frente eu pretendo conseguir meu CNPJ e formalizar minha empresa, pois é importante e traz muitos benefícios." 

FREELANCER 
Outra saída que muitos brasileiros têm encontrado é o do trabalho freelancerTodos temos aquele amigo que faz recreação em buffet no final de semana, aquela amiga que vende trufas no trabalho ou mesmo aquela conhecida que revende roupas e cosméticos. Seja para garantir uma renda mensal, ou para complementá-la, muitos trabalhadores estão recorrendo aos famosos "bicos".  

Foi assim que Junior Lins, 25, de São Paulo conseguiu pagar a faculdade de Design de Moda, que concluiu em 2016. Ele tem um emprego fixo, mas diz que, apesar dos benefícios que a carteira assinada traz, o salário não é suficiente para pagar suas contas mensais.  

Nascido na Paraíba, migrou para a capital paulista aos 19 anos e logo percebeu que o custo de vida aqui era alto demais. "Vi que para que eu pudesse estudar, fazer faculdade, teria que ir atrás de uma renda extra. E com a crise ficou mais difícil ainda", conta. E foi assim que ele entrou na área de eventos. De recreação infantil à presença em casa noturna, ele confessa que nunca fica livre aos finais de semana, pois está sempre trabalhando. 








Junior trabalha com registro em carteira em uma empresa de decoração de festas infantis, mas diz que pretende abrir seu próprio ateliê voltado à criação de fantasias, pois vê grande potencial na área. "Geralmente quando precisam, as pessoas vão à Rua 25 de março ou em lojas específicas em busca de fantasias e as encontram prontas, e não sob medida. É exatamente isso que quero fazer", diz. 

Enquanto os planos não se concretizam, ele aprimora seus dons com um curso de corte e costura, além de produzir para si mesmo. "Os eventos que faço geralmente exigem roupas diferenciadas, então estou sempre criando e inventando moda. Por enquanto, faço as minhas próprias fantasias e quando eu aperfeiçoar, farei para público em geral". 

CRIATIVIDADE  
A economia criativa vem ganhando cada vez mais espaço em nosso país. Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) divulgou em 2016 o "Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil", que mostra que o setor vem crescendo mesmo em tempos de crise.  

O estudo revelou que os criativos ganham um salário, em média, duas vezes e meia mais alto (R$ 6.270,00que a média dos empregados formais brasileiros, que é de R$ 2.451,00. Segundo a Firjan, o setor criativo foi o menos afetado durante o período de recessão econômica. 

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