sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Dicas para ter sucesso no seu intercâmbio

Anote as principais recomendações se planeja sair do país

Por Monique Lima

Descobrir novos países, fazer novos amigos, aprender um novo idioma, conhecer novas culturas. Intercâmbio é um sonho para muita gente, mas realizá-lo nem sempre é tão fácil. Confira algumas dicas para tirar de vez este projeto do papel.

Planejando  
O primeiro passo é o planejamento. Quanto antes começar a se planejar, menos dor de cabeça você terá, já que vai ter tempo de sobra para lidar com possíveis imprevistos como passaporte e visto (por isso, tem que checar as regras e as legislações do local onde deseja ir). Além disso, na maioria dos casos, o curso (ou qualquer atividade que for fazer) precisa estar pago antes do embarque. Então, se for seu caso, o parcelamento pode ser mais amigo. 
  
Procurar uma agência é essencial na hora de planejar o seu intercâmbio. O ideal é visitar várias para encontrar a que se encaixa nas suas necessidades e passa mais segurança. Antes de ir, pesquise bastante. Nessa hora, a internet é sua melhor aliada. Visite blogs e leia depoimentos de quem já foi. Você também pode procurar grupos de brasileiros que moram no destino pelo qual você se interessa e tirar dúvidas com eles, que costumam ser bem sinceros sobre a realidade do país. 
  
Escolhendo o destino  
Essa é, talvez, a escolha mais importante de todas, porque o destino fará toda a diferença na sua experiência. Detalhes como o clima da região, custo de vida e cursos disponíveis são os que mais devem ser levados em conta nesse momento. Os destinos tradicionais como EUA e Canadá são os que mais fazem sucesso, mas há ainda a possibilidade de estudar em lugares mais exóticos, como por Finlândia, Dinamarca e África do Sul.  

Além disso, você deve prestar bastante atenção na hora da escolha da instituição onde irá estudar. Verifique se a escola tem uma certificação do governo, pois caso não tenha, ela poderá ser fechada e você perderá todo o dinheiro. Sobre os cursos, as possibilidades são imensas, pois além dos tradicionais para aprimorar a língua, também pode fazer faculdade fora do país, realizar trabalho voluntário, existem cursos para aprimorar uma habilidade como gastronomia, fotografia, dança, teatro.  
  
"Eu preciso saber falar a língua local?"  
Quando chegar ao destino, o intercambista irá se deparar com algumas situações em que precisará se resolver sozinho. Então, o que se recomenda é ter ao menos um conhecimento básico da língua. "Antes de viajar, eu tinha feito só um ano de inglês, ainda não dominava o idioma. No começo, foi bem difícil porque eu ainda estava aprendendo, e as pessoas falavam muito rápido", conta Larissa Araújo, de 29 anos, de São Paulo que passou sete meses estudando língua inglesa em Dublin, na Irlanda.  

Já Erick Santos, de 32 anos, engenheiro de vendas técnicas em São Paulo, fez um intercâmbio de seis meses na cidade de Nazaré, em Israel, voltado para o trabalho voluntário. Uma vez que seu foco não era aprender a língua local, o hebraico, ele conta que se comunicava em inglês, além de ter aprendido um pouco de italiano. "Só quem fica lá de três a quatros anos que consegue aprender a língua hebraica", revela. 

Erick Araújo em uma das suas visitas ao Mar da Galileia / Foto: Arquivo Pessoal

Monte Labor, lugar onde aconteceu a Transfiguração de Jesus  / Foto: Arquivo Pessoal

Erick em visita ao Muro das Lamentações  / Foto: Arquivo Pessoal


  
Diferentes experiências  
Maria Clara Tavares, de 26 anos, passou um ano em Madrid, na Espanha. Ela viajou através do programa Ciências Sem Fronteiras do governo brasileiro. Maria Clara estudou Medicina na Universidad de Alcalá. “A universidade que eu estudava era ótima, uma das mais antigas da Espanha, bem parecida com os moldes brasileiros”, diz.

   

Maria Clara no Palácio de Cristal, projetado em 1887 para a manutenção de plantas / Foto: Arquivo Pessoal 

Parque do Retiro construído em 1630 / Foto: Arquivo Pessoal

Maria Clara na reitoria da Universidad de Alcalá, onde estudou por um ano / Foto: Arquivo Pessoal

Larissa trabalhou como AuPair (babá) de dois meninos. "Para a minha sorte, um deles tinha 12 anos e o outro nove, então me ajudaram bastante com o idioma".  Apesar da dificuldade com a língua, durante o intercâmbio ela fez amigos de diversas nacionalidades. "Na escola, eu conheci vários italianos e espanhóis, que são pessoas bem amigáveis. Já com os irlandeses, eu tinha mais contato nos pubs. Eles são um povo muito aberto, o que é bem legal". 

Kilkenny Castle, castelo localizado no Interior da Irlanda / Foto: Arquivo Pessoal

Larissa visitando a Guiness Storehouse, famoso ponto turístico de Dublin / Foto: Arquivo Pessoal

Vista panorâmica da cidade de Dublin / Foto: Arquivo Pessoal

Já Erick, em Israel, recepcionava os peregrinos na Basílica da Anunciação, dava informações acerca do complexo de atrações, além de cumprir as obrigações do acampamento. “Cada dia uma pessoa cuidava da comida. Todas as atividades eram rotativas”. Ele conta, ainda, que a rotina de orações era intensa.  
  
Acomodação  
O estudante tem a opção de morar em uma host family, onde uma família nativa o acolhe. A vantagem deste programa é poder interagir de forma intensa com a cultura local, além de ter maior chance de praticar o idioma pela convivência com a família. Neste caso, antes do embarque, o intercambista preenche cuidadosamente um formulário para que a escolha dos anfitriões possa acontecer de acordo com o perfil dele (normalmente, cada país tem suas regras). 

Outra alternativa são as acomodações estudantis que algumas escolas oferecem. Esta pode ser uma boa escolha porque o aluno não precisará percorrer uma grande distância até o local de estudo, além de ter maior liberdade. Existe, ainda, a possibilidade de dividir alguma locação com os amigos, porém a burocracia das imobiliárias pode acabar sendo um empecilho. 
  
Adaptação  
Como nem tudo é perfeito, às vezes a adaptação a um novo clima, cultura e culinária pode ser difícil. "Eu cheguei lá praticamente junto com o inverno, então foi muito complicado para me acostumar. No começo, eu também me sentia muito sozinha", conta Larissa.  

Já Erick diz que o idioma era uma de suas maiores barreiras, além das regras, que eram bastante rígidas. "Por se tratar de uma experiência religiosa, era tudo cronometrado, tudo tinha que ser feito no momento certo. Eu ainda tive que me adaptar com a própria realidade religiosa, aprender a lidar com o silêncio, então às vezes acabava se tornando um pouco cansativo."   
  
Além do idioma 
Erick diz que, profissionalmente, as pessoas costumam valorizar quem tem um trabalho voluntário no currículo, pois sabem que é uma grande experiência. "Em Israel, eu conheci uma cultura muito diferente da minha, além de saber que eu consigo viver longe das minhas seguranças. Assim eu consegui descobrir mais do mundo, e de mim mesmo". 

“O mais importante do meu intercâmbio foi o ganho pessoal, que foi o autoconhecimento que adquiri por sair da minha zona de conforto. Estando longe da minha família e de todas as minhas seguranças, eu pude saber exatamente quais são os meus limites”, revela Larissa. 

“O intercâmbio foi excelente na minha vida pessoal porque vivenciei outra cultura e costumes, viajei e conheci muitos outros lugares e pessoas também. No âmbito profissional, foi excelente porque me inseri no curso e na área da saúde de outro país e vivi isso de perto”, conta Maria Clara. 
   
Fica a dica  
Tania Alvarez, ex-professora da Cultura Inglesa que hoje mora em Londres, garante que o intercâmbio é essencial para se adquirir fluência em qualquer que seja a língua. "Na minha opinião, é o melhor investimento que se pode fazer por si mesmo. O contato com os nativos, a possibilidade de vivenciar outra cultura na própria pele, tudo isso não tem preço."  
  

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