O petista não conta mais com o apoio maciço da população que o acompanhava
Por Bianca Lemos
O ex-presidente
da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é alvo de uma das maiores
operações já realizadas pela Polícia Federal (PF): A Lava Jato. Deflagrada em
2015, a ação da PF investigou (e investiga) políticos e grandes empresários, e descobriu um
esquema bilionário de fraudes e rede de corrupção. O petista, presidente por dois mandatos, costumava
ter uma boa popularidade e lotava as praças e ruas por onde passava para
discursar.
Réu em seis
processos no âmbito da Operação Lava Jato e alvo de inquéritos da Justiça
Federal, Lula viu a popularidade baixar junto com o número de apoiadores que
assistem a seus discursos. Em setembro deste ano, o petista foi prestar depoimento ao juiz
federal Sérgio Moro, em Curitiba (PR), e encontrou um clima muito menos caloroso do
que de costume.
Quatro meses
antes, durante a primeira oitiva na capital do Paraná, a Central Única de Trabalhadores (CUT)
junto às lideranças sindicais e sociais como o Movimento dos Trabalhadores Sem
Teto (MTST) somaram 60 mil pessoas nas ruas, segundo os dados da Secretaria de
Segurança do Paraná (SESP). Da última vez, a estimativa atingiu apenas 5 mil.
Guilherme
Venaglia, de 23 anos, é repórter da Veja (Editora Abril) e foi o enviado especial da revista da qual
trabalha para cobrir a manifestação do público no dia da oitiva. Segundo
Guilherme, o assunto que dominava o ambiente era justamente a diminuição dessas lideranças
e de apoiadores ao ex-presidente, o que pode demonstrar uma constante queda em
sua popularidade.
“O assunto em
Curitiba nos dias que antecederam o depoimento e na própria data da oitiva era
a queda do engajamento da militância petista e dos movimentos sociais na defesa
do ex-presidente. Apurando in loco,
era possível perceber que os poucos que estavam lá, eram militantes sociais da
região metropolitana de Curitiba e do Movimento Sem Terra de fazendas do
interior do Paraná”, recorda-se.
Helena Carvalho,
de 87 anos, de São Paulo, embora não seja obrigada a votar há muitos anos devido a idade (a legislação brasileira obriga até 60),
ainda o faz, mas diz que no próximo ano não sabe se vai querer ajudar a
escolher o próximo presidente da República devido às decepções e aos escândalos
políticos dos últimos tempos.
“Perdeu a graça,
parece que você pega seu voto e joga no lixo, ninguém faz nada, só roubam. É
tudo ladrão. Já tive o adesivo da estrela vermelha do PT aqui em casa, eu
gostava das ideias do Lula, do partido, porque defendiam os pobres, mas agora,
só por Deus... Não votaria mais, acho impossível apoiar esse tipo de político,
atolado até o pescoço na lama de tanto que roubou”, diz.
Bruna cresceu na época em que o apoio à estrela vermelha do PT dominava a militância de qualquer outro partido. "Eu lembro muito bem dos adesivos, bandeiras, bonés, as pessoas vestiam a camisa do partido e há muito tempo isso não acontece mais, o brasileiro perdeu a fé na política, em tudo, absolutamente tudo que tenha ligação com esse tipo de coisa", pontua.
Para Guilherme, que viu de perto a ausência dos militantes, a decadência na popularidade do partido, sobretudo de seu maior representante, fica mais evidente analisando o local onde os poucos apoiadores se acomodaram. Inicialmente, a manifestação estava prevista para acontecer na Praça Santos Andrade, na região central de Curitiba, mas acabaram mudando para um novo local, a Praça Generoso Marques, consideravelmente menor. Na perspectiva de Guilherme, a intenção era causar a impressão de que o local estava mais cheio.
Embora os escândalos tenham tomado conta do partido, o jornalista e músico Fernando Oda, de 20 anos, que mora na capital paulista, considera que as políticas assistencialistas adotada durante o governo de Lula foram de suma importância para tirar a população mais carente da linha da miséria.
Perseguição
O ex-presidente,
no entanto, acha que está sendo investigado com pouca celeridade e com muita
influência da mídia. Em outubro deste ano, o petista publicou um vídeo no canal do
Instituto Lula, no Youtube, comentando a forma em que as investigações estão
sendo conduzidas e fazendo críticas, sem citar nomes, aos encarregados de apurar os fatos.
Lula 2018?
Segundo colocado nas pesquisas eleitorais para cumprir o terceiro mandato à frente do Brasil, Lula cogita a possibilidade de disputar novamente a corrida presidencial. De acordo com a pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha, a possibilidade é mais possível do que aparenta: Lula dispara em todos os cenários e conquista 18% do eleitorado brasileiro.
A menos de um ano das novas eleições, o presidenciável acelera em ritmo de campanha, — embora não possa dizer abertamente que está no páreo, pois a legislação brasileira só permite o início das campanhas em agosto de 2018 —, Lula inciou uma caravana pelo Nordeste, região onde, historicamente, tem o apoio maciço, e intensificou a agenda, assim como outros pré-candidatos, como o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), e seu afilhado político, o prefeito tucano João Doria.
Para arrecadar lucros, a equipe do petista iniciou a campanha Lula pelo Brasil, para financiar as suas andanças em terras mineiras, mas o valor final foi ínfimo: 36 mil reais, pouquíssimo, se comparado ao impacto e relevância de suas políticas no país. Há três anos, por exemplo, Luiz Inácio chegou a ganhar 500 mil reais por palestra.
Lula 2018?
Segundo colocado nas pesquisas eleitorais para cumprir o terceiro mandato à frente do Brasil, Lula cogita a possibilidade de disputar novamente a corrida presidencial. De acordo com a pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha, a possibilidade é mais possível do que aparenta: Lula dispara em todos os cenários e conquista 18% do eleitorado brasileiro.
A menos de um ano das novas eleições, o presidenciável acelera em ritmo de campanha, — embora não possa dizer abertamente que está no páreo, pois a legislação brasileira só permite o início das campanhas em agosto de 2018 —, Lula inciou uma caravana pelo Nordeste, região onde, historicamente, tem o apoio maciço, e intensificou a agenda, assim como outros pré-candidatos, como o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), e seu afilhado político, o prefeito tucano João Doria.
Para arrecadar lucros, a equipe do petista iniciou a campanha Lula pelo Brasil, para financiar as suas andanças em terras mineiras, mas o valor final foi ínfimo: 36 mil reais, pouquíssimo, se comparado ao impacto e relevância de suas políticas no país. Há três anos, por exemplo, Luiz Inácio chegou a ganhar 500 mil reais por palestra.
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