quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Financiamento de campanhas eleitorais

Propostas e o que muda com a Reforma Política
Por Larissa Costa Mendes

Em 2015 os partidos políticos foram proibidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de receber financiamento de empresas para campanhas eleitorais. Um dos principais motivos era a brecha existente para os políticos praticarem crimes de corrupção, como foi o caso da Lava a Jato, em que se descobriu lavagem de dinheiro por empresas que doavam quantias milionárias, supostamente, para bancar campanhas políticas em troca de favores que as beneficiavam.
A proibição fez com que os candidatos de 2016 tivessem uma perda no orçamento. Segundo o portal de revista Exame, em 2014 foram gastos “mais de 7 bilhões de reais em campanhas, quase 6 bilhões vindo de doações de empresas. Em 2016, com a proibição de doações privadas, esse valor caiu para 3 bilhões de reais”.
Para reverter essa situação foi incluída na Reforma Política a criação do Fundo para Financiamento da Democracia (FDD) ou “fundão”. Com ele, os partidos receberiam recursos do governo apenas em anos eleitorais. A proposta gera polêmicas, pois o valor previsto para 2018 é de 3,6 bilhões de reais.
Segundo Wagner Soares de Lima, jornalista e editor do jornal Folha de Ribeirão Pires, “no Reino Unido e na Holanda, o dinheiro público financia 35% dos gastos políticos. Esse volume de recursos, porém, é mais baixo do que os do novo fundo brasileiro. Na França, o financiamento eleitoral foi de cerca de R$ 314 milhões na disputa de 2012 - bem menor do que o montante previsto para o Brasil”.

Investimento
A distribuição e captação de recursos variam em alguns países. Veja no infográfico abaixo:
Arte: Larissa Costa Mendes / Freepik


A proposta do fundão é distribuir os recursos de acordo com os fatores a seguir:

Arte: Larissa Costa Mendes
Sendo assim, partidos com mais influência no país e recursos têm mais vantagens. Por outro lado também pode aumentar a quantidade de partidos não comprometidos, que visam apenas arrecadar dinheiro ou ainda servir como apoio financeiro às organizações já existentes, uma vez que as únicas doações por CNPJ permitidas são de pessoas ligadas a partidos políticos.

Entenda mais detalhes:
Arte: Politize


O Marketing
Com o investimento menor, muitos candidatos que antes apostavam em mídias como TV, Rádio e os “santinhos”, tiveram que pensar em alternativas. Muitos adotaram as redes socais como a principal aposta.
Para o cientista político e professor universitário Rodrigo Gallo, em um momento em que campanhas tradicionais ficam cada vez mais caras - e quando se debate proibição de financiamento privado de campanha - as redes sociais se apresentam como instrumentos gratuitos de expor a candidatura.
Segundo Rodrigo, algumas utilidades dessa tecnologia podem fazer com que o eleitor se sinta mais próximo do candidato ao acompanhar suas ações. “Uma live permite que os eleitores vejam em tempo real onde o candidato está e o que ele está falando naquele momento. E o vídeo fica repercutindo depois. Um meme, por sua vez, pode servir como propaganda forma de desconstruir certos elementos da candidatura dos adversários. A imagem pode viralizar, o que amplifica sua abrangência”, afirma. De acordo com o cientista, contudo, candidatos precisam tomar cuidado para que suas ações não se tornem negativas: “esses elementos precisam ser usados com planejamento, para não resultarem em efeitos reversos”.

Reta final
Os especialistas entrevistados afirmam que os dias mais próximos à votação são primordiais. Para eles, a popularidade do candidato na reta final é o que faz o eleitor optar por escolher um ou outro político.
“Ao longo das campanhas é possível verificar que notícias em especial, as negativas, atingem as expectativas de votos do eleitorado, um candidato pode liderar as pesquisas por todo o período eleitoral e ser derrotado nas urnas”, diz Wagner Lima.
“Há casos de campanhas que viraram de lado na reta final, como a candidatura do Celso Russomano à prefeitura de São Paulo: de candidato em primeiro lugar nas pesquisas, ele nem chegou segundo turno”, lembra Rodrigo Gallo.
Rodrigo enxerga as variações de intenção de votos durante o período de eleições como uma falha de compreensão dos brasileiros. “O brasileiro associa democracia com voto. E não necessariamente com o comprometimento de se acompanhar um mandato”, explica.
Para o jornalista Wagner, os partidos que apostam em vender sua imagem para o público são os com mais chances de vencer. “Nas 'modernas' campanhas eleitorais não existem derrotados, existem grupos que não acertaram na equipe de marqueteiros”, destaca.
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