sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Instituições políticas apostam em comunicação digital

Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais utilizam as redes sociais para aumentar a proximidade com a população.

Por Beatriz Correia

A atuação das instituições políticas brasileiras nos meios de comunicação digital aumentou consideravelmente nos últimos tempos. Basta observar as páginas do Facebook e Instagram da Câmara Municipal de São Paulo, Assembleia Legislativa de São Paulo, Câmara dos Deputados e Senado Federal, por exemplo, para perceber que as redes sociais se tornaram um dos principais meios de comunicação e de interação dos órgãos com a sociedade. 
Redes sociais da Prefeitura de São Paulo, Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Câmara dos Deputados e Senado Federal / Fotomontagem: Beatriz Correia (FAPCOMUNICA ONLINE)
O amplo acesso a dispositivos móveis e a grande utilização das redes sociais foi um dos motivos para a mudança nas estratégias de comunicação. Para a representante de Política e Governo do Facebook, Débora Delbart, o principal ponto que impulsionou as mudanças de comportamento das instituições é o modo de comunicação pelo qual as pessoas interagem com as informações e não só as consomem. “A interação veio acompanhada de mudanças de comportamento do público. Em pouco mais de dez anos, as pessoas passaram da etapa de só observar para a de registrar e, por último, de participar dos momentos, com selfies e engajamento nas redes”, explica.

Débora fala ainda sobre as técnicas mais apropriadas para conseguir um bom resultado na web. “Nós passamos o que percebemos que funciona, mas não tem uma receita, depende do perfil da página, do público a ser atingido e da estratégia que a equipe pretende usar. O engajamento do público pelos comentários, compartilhamentos e curtidas é mais importante que o número de seguidores de uma página, por exemplo”, diz.

De acordo com dados do Facebook, atualmente a plataforma conta com 114 milhões de brasileiros cadastrados, dos quais 108 milhões acessam a rede por um dispositivo móvel. “O conteúdo precisa ser palpável, com uma linguagem fácil e acessível. E não podemos esquecer que o público acessa pelo celular, o que significa que ele pode estar na fila do banco, esperando o elevador ou em pé em um ônibus cheio. A estratégia de comunicação deve considerar tudo isso”, explica Débora.

Vicente Carrari, gerente de indústrias para educação e governo do escritório brasileiro do Google, afirma que a empresa está desenvolvendo oportunidades para viabilizar o uso da internet em campanhas políticas no país. “Campanhas eleitorais pela internet são difundidas e autorizadas nos Estados Unidos, mas no Brasil há restrições de propaganda política na internet e, por isso, ela é pouco utilizada”, conta. Para Carrari, as publicidades veiculadas na internet são mais baratas que em outras mídias.







“Tudo que acontece no mundo real se reflete no mundo virtual”, fala Guilherme dos Anjos, executivo de contas de educação e governo do Google. Anjos citou como exemplo o aumento nas buscas sobre a reforma da previdência feitas somente em abril deste ano. “São 14 milhões de buscas e os sites que estavam com bom conteúdo para responder a esta inquietação foram os mais acessados”, conta. Rafael Iapequino, também do setor de Educação e Governo da empresa, afirma que as marcas que não se apropriam dos conteúdos perderão espaços para quem o fizer.

O novo posicionamento nas redes foi adotado por instituições públicas nos níveis federal, estadual e municipal. João Cláudio da Silva, ouvidor da Câmara Municipal de São Paulo, ressalta que o processo de reestruturação do órgão e seu funcionamento vêm mudando. “Grande parte da demanda ainda é presencial, mas há diversos canais de comunicação e o mais recente deles é via o aplicativo Whatsapp”, conta.

A Assembleia Legislativa de São Paulo lançou este ano dois aplicativos: Ouvidora do Parlamento e Fiscaliza Cidadão, que criam canais de comunicação do Legislativo Paulista com os cidadãos, além de reforçar a política de transparência de informações. Os apps estão disponíveis gratuitamente no Google Play.

Transparência e acesso à informação

Em 16 de maio de 2012 entrou em vigor a Lei de Acesso à Informação LAI (Lei nº 12.527/2011), que regulamenta o direito constitucional de acesso às informações públicas. A norma criou mecanismos que possibilitam a qualquer pessoa, física ou jurídica, sem necessidade de apresentar motivo, o recebimento de informações públicas dos órgãos e entidades.

A lei vale para os três Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, inclusive aos Tribunais de Conta e Ministério Público. Entidades privadas sem fins lucrativos também são obrigadas a dar publicidade a informações referentes ao recebimento e à destinação dos recursos públicos por elas recebidos.

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE), Dimas Ramalho, afirma que a lei de acesso à informação e de transparência são importantes instrumentos para que os cidadãos possam exercer o controle social da administração pública. “O TCE potencializou as atividades de ouvidoria com o emprego de novas tecnologias e ferramentas que permitem mais interatividade com os cidadãos, entre elas o whatsapp, as sessões online, a linha 0800 e um aplicativo de fiscalização”, conta. Os dados são compartilhados com a Fazenda estadual e com o Ministério Público.

Mesmo com a regularização, a norma nem sempre é seguida. Segundo dados do TCE, 65% dos órgãos fiscalizados ainda não regularizaram a lei de acesso; apenas 28% publicam dados sobre remuneração individualizada; somente 22% mostram detalhes de gastos de viagens e passagens; 57% não oferecem informações claras sobre as licitações e apenas 26% dos municípios criaram ouvidorias.

Para o diretor de comunicações da Assembleia Legislativa de São Paulo, Matheus Granatto, a divulgação das informações é essencial para um diálogo entre instituição e sociedade. 



Rodrigo Gebrim, coordenador do Ministério das Comunicações, comenta sobre a importância do processo de expansão das informações e da transparência com a população.


























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