segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

O professor hiperativo e engajado

Por Júlia Bortoleto

Luiz de Camargo Pires Neto, atualmente professor na FAPCOM e Fecap, formado em Comunicação das Artes do Corpo, Doutor e Mestre em Filosofia, possui um jeito especifico de dar aula, com certa unanimidade entre os alunos: o educador é conhecido como “estabanado”, com o costume de derrubar coisas durante a aula e tropeçar sozinho.

O professor, dono do tique de passar a mão no cabelo e não conseguir ficar quieto, normalmente pode ser encontrado durante os horários entre as aulas na porta da faculdade fumando um cigarro ou com uma garrafa de 1 litro de suco, de acordo com relatos de quem frequenta a FAPCOM. 

Luiz conta que resolveu focar suas pesquisas no pensamento contemporâneo, com destaque para as ideias de Michel Foucault, filósofo conhecido pelas teorias que abordam a relação entre poder e conhecimento (e como isto é usado como uma forma de controle social por meio de instituições sociais). Partiu desta primeira relação para que sua tese do Doutorado pudesse desdobrar-se em diversas áreas, como Filosofia Contemporânea, ensino de Filosofia, Comunicação, Arte e Inovação.

O ex-estudante da PUC-SP coleciona elogios de diversos estudantes que foram entrevistados, chegando até cativar um certo amor platônico por parte de alguns. Suspiros como “Ele é o amor de minha vida”, "Um fofo” ou “Um nenê” aparecem entre os corredores da faculdade.

Em suas aulas, defende o pensamento crítico e não concorda muito com sistema de provas. Gosta de passar atividades durante o curso, com o intuito de perceber se o aluno entendeu o que ele gostaria de transmitir. Com o costume de levantar da cadeira, andar pela sala e sentar novamente, algumas vezes até cair, costuma falar alto e dar uma entonação na fala, a fim de ressaltar o que acredita ser mais importante na própria forma de se expressar, além de costumar proporcionar um silêncio, de certa forma reflexiva, no final das frases.

Ativismo digital
Nas redes sociais, costuma postar questões reflexivas, que defende, como uma “premissa básica para um Estado democrático, laico, justo, fraterno e igualitário” e sobre a relevância do diálogo, já que acredita que o que mais importa atualmente é escutar.

O professor também manifestou-se contra ações policiais e da Justiça Eleitoral em universidades relacionadas à fiscalização de suposta propaganda eleitoral irregular, destacando o interesse em política, muito usado em exemplos dentro da sala de aula. Elogiou a nota da PUC em defesa da democracia e da liberdade e questionou o significado de ser professor.

Ativista no Facebook, chegou a declarar o voto das eleições publicamente e sempre publica textos de sua autoria abordando, como a defesa de minorias e os direitos dos professores. 

“Espero que pensar não seja considerado crime, pois é do esvaziamento do pensamento que surge o mal travestido de boas intenções. Espero que a educação possa prevalecer diante da desinformação, das mentiras e dos abusos de poder, pois somente assim atingimos a liberdade. Espero que almejar igualdade, respeito e paz não seja objeto de condenação, porque, com a morte deste desejo, morrem também a esperança, a nossa humanidade e os nossos sonhos”, enfatiza o educador.
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