segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Ela ama bichos, viajar o mundo e sonha em voltar a viver no campo

Por Erik Narciso Vernizzi

Marcia Furtado Avanza costumava ler sempre a tradicional coluna de poemas que seu pai escrevia para o jornal de Vitória, no Espirito Santo, quando estava em casa ou na fazenda de cacau da família. Outra recordação da infância é que costumava passar todos os fins de semana e férias brincando com seus amigos. “Não havia luz elétrica e a comida era feita no fogão à lenha. Tenho muita saudade”, relembra.

Marcia nasceu em 06 de agosto de 1957, em um sábado, no bairro das Goiabeiras na capital capixaba, local em que viveu sua infância junto com seus pais e seus irmãos. 

Quando criança, estudou nas escolas municipais do bairro. Um tempo depois, seus pais se separam e precisou crescer muito rapidamente. "Minha mãe morreu muito cedo (era o grande amor de minha vida) e fiquei praticamente só. Meu pai já morava longe e nunca ligou muito para os filhos”, conta. Foram tempos difíceis. “Construi minha vida sozinha”, orgulha-se a atual professora e coordenadora do curso de Jornalismo da FAPCOM.

Marcia sempre amou os animais. Hoje mora com 13 cachorros, dois macacos e um papagaio. São considerados seus bebês. “Até cuido mais deles do que dos meus filhos, que já são adultos”, diz. Os animaizinhos dão cor e brilho aos dias de uma menina que quando pequena ainda na fazenda parava para ouvir o canto dos pássaros. A jornalista hoje tenta matar um pouco dessa saudade cuidando dos seus animais como membros da família. “Os cachorros dormem comigo (todos os que cabem na cama). Os macacos e o papagaio ficam em um viveiro, mas soltos: entram e saem. Gostaria de morar em uma chácara para que eles tivessem mais espaço”, fala.

Ela conta que decidiu ser professora por acaso. "Fiz mestrado porque queria ser uma jornalista mais competente na área do jornalismo científico. Na semana em que defendi a dissertação, uma das professoras da Escola de Comunicação da USP, Margarida Kunsch, convidou-me para começar a dar aula. Foi o meu primeiro contato com os alunos", conta. Daí para frente não parou. Depois de apaixonar-se por dar aulas, virou coordenadora, depois diretora nas Complexo Educacional FMU  FIAM-FAAM, onde trabalhou por quase duas décadas. Desde 2016, encara a jornada dupla como professora e coordenadora do curso de Jornalismo na FAPCOM. Aos 61 anos, diz que hoje "leciona, educa e resgata a autoestima de alunos". Já que ensinar, para ela, não é apenas transferir conhecimento, mas criar possibilidades para que pessoas possam produzir seu próprio conhecimento ou a sua construção. 

“Eu me orgulho de minha trajetória. Estudei, fiz concurso, ganho razoavelmente bem, nunca dependi de ninguém. Casei duas vezes e nunca recebi pensão (risos!). Consegui criar meus filhos e tenho orgulho deles. Amo viver com meus animais. Honestamente, me sinto orgulhosa de onde cheguei”, diz.

A professora diz que adora o que faz, mas que, profissionalmente, queria diminuir um pouco o seu ritmo. “Não quero parar. Gostaria muito de morar na roça. Até procurei uma fazenda de cacau na Bahia, não para ganhar dinheiro, mas para sobreviver e poder criar meus bichos longe da loucura da cidade. Acho que isso é saudade da infância”, conta.

Quando perguntada sobre o que planeja para o futuro, Marcia sorri e faz planos: “Ainda me falta conhecer alguns países pelo mundo. Quero muito viajar para o Alasca e para os países nórdicos - Dinamarca, Suécia, Noruega. Gosto muito do frio".

O sentimento de conhecer diferentes culturas enche seus olhos de alegria. E depois de revelar seus planos como viajante, ao final de nossa conversa, Marcia abre um sorriso imenso e termina: "Gosto muito do que faço. Amo o jornalismo e adoro ter alunos parceiros”. 

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Este blog é uma versão teste e provisória do Fapcomunica Online, jornal laboratório do curso de Jornalismo da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação

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