segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Flores de Outubro

Por Luana Gasparotto, Mariana Nogueira e Raisa Cavalcante


Flores de Outubro:
Histórias de superação e empatia com mulheres que tiveram câncer de mama




Em um exame de rotina realizado em 2015, Débora Pieretti foi diagnosticada com câncer de mama. Ela não apresentava nenhum sintoma e não sentia nenhum incômodo, porém, em outubro daquele ano, o resultado da biópsia confirmou as indicações da mamografia e do ultrassom. Débora viu sua vida se transformar em piscar de olhos, e de repente a quimioterapia e a radioterapia começaram fazer parte de sua rotina.

Em fevereiro do ano seguinte, ela participou de um evento para pacientes oncológicas. E enquanto cortava seu cabelo, Débora ganhou uma peruca. Emocionada com o gesto, decidiu que faria algum projeto para que as mulheres obtivessem perucas gratuitamente e sentissem mais acolhidas.

Depois de meses trabalhando pela causa e levantando autoestima das mulheres no tratamento quimioterápico, ela lançou em março de 2017, o Instituto Amor em Mechas - Transformando vidas. E com quase dois anos de existência, já foram doados mais de 750 kits.

Confira o recado que a Débora Pieretti tem para você.



Outro projeto do bem

Reconstituição gratuita de aréola em estúdios de tatuagem

Durante o Outubro Rosa, são feitas campanhas em todo mundo para alertar sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama. A doença atinge mais de 57 mil mulheres no Brasil, tirando não apenas parte do seio ou a mama inteira, mas sim a autoestima das vítimas.  

É possível encontrar estúdios em São Paulo com profissionais especialistas em redesenhar a região da aréola, usando técnicas de tatuagem. Os tatuadores utilizam a mesma tinta da tatuagem, fazendo com que o desenho dure mais tempo e não seja necessário o retoque. O estúdio Led’s Tattoo, localizado em Moema, faz sessões grátis para mulheres que tiveram a doença. São cerca de 10 horários reservados por mês, mas em outubro a equipe reserva 20 espaços na agenda. Fora do mês especial o custo do procedimento costuma sair por volta de R$ 700.

Uma luta de espinhos

Celia Regina de Macedo Tanus, 64 anos, recebeu o diagnóstico de câncer de mama através de um exame de mamografia feito como rotina. A informação, que veio de repente, a deixou assustada. Foi encaminhada para mastologista e descobriu que eram microcalcificações e precisava fazer mastectomia preventiva mamária - cirurgia de retirada da parte interna da mama para que não ocorra a formação de um tumor. Entretanto ao terminar a consulta, a médica afirmou que apesar dela atender o convênio de Celia, só realizaria o procedimento ao lado de um cirurgião plástico particular. A notícia veio como um choque financeiro: ”Senhor, eu estava com um problema, agora estou com dois”, pensou ela ao olhar o céu da Avenida Paulista após a consulta.

Vinda de uma família religiosa, desde cedo foi ensinada a ter fé e acreditar em milagres divinos. Dessa forma, encontrou em Deus um refúgio que a fez acreditar no que parecia impossível naquele momento: sua cura. Mesmo pensando diversas vezes que o câncer poderia matá-la, acreditou em uma força maior. Em menos de uma semana, sua cunhada levou até ela a informação de que uma conhecida fazia tratamento pelo SUS e a encorajou para tentar o mesmo e foi assim que tudo começou.


As flores também precisam de água ou lágrimas

A ficha do diagnóstico só caiu na primeira consulta com o oncologista, para saber quantas quimioterapias iria precisar e como seria o tratamento do câncer de mama.

Seguiu chorando até o consultório do médico e lá ele se fez racional, visto que já tratou outros casos de câncer. “Olha, eu vou morrer, a senhora vai morrer, todos vão morrer e isso é fato”, lembra Celia Regina das palavras do médico. Imediatamente engoliu o choro e ele continuou: “Mas nós temos aqui um tratamento, o que tem de melhor hoje para oferecer e será usado na senhora”, incentivou. As lágrimas tomavam conta dos olhos azuis de Celia, porque aquele dia, segundo ela, foi a última vez que derramaria lágrimas pela doença que estava enfrentando.

Embora tivesse muito medo de realizar diversos exames, se sentia vitoriosa sempre que conseguia se submeter a eles. “Na vida precisamos ter atitude. Eu poderia ter atitude de uma pessoa derrotada pela doença ou poderia pensar ‘eu posso, eu sou vitoriosa’ por isso que a minha fé triplicou”, conta Celia.

Quando os efeitos colaterais começaram a surgir, logo procurava entender aquele sintoma e ficar bem de alguma forma. Ela explica que para curar as náuseas bebia chá de gengibre, para tratar as aftas fazia bochechos com bicarbonato de sódio e água e para a secura na boca, chupava bala de hortelã.

Durante o tratamento, procurou alternativas que a ajudasse a se sentir menos estressada e ansiosa antes das consultas, e descobriu a técnica Emotional Freedom Techniques (EFT), ou Técnica de Libertação Emocional, em português. Esse método terapêutico é parecido com acupuntura, mas não utiliza agulhas. Além disso, pode ser realizado em clínica ou auto aplicado.

Nem tudo são flores, mas as raízes se fazem presentes

A perda de cabelo é comum em pacientes com câncer de mama. Isso acontece devido aos exames realizados a fim de curar a doença, e Celia tinha total consciência dessa circunstância. Por isso, quando seus cabelos começaram a cair, ela decidiu cortá-los. Uma auto estima boa também foi essencial, já que se sentir bem nessa fase da doença é de extrema importância.

“O apoio familiar foi muito importante pra mim. Meu marido tratou de ficar careca e ficamos assim juntos. Meus conhecidos gostavam de beijar minha carequinha, assim como as enfermeiras também”, relata.



Ela acreditava que o tratamento da quimioterapia era como uma limpeza. “Eu procurava encarar aquilo como algo muito bom, pensando sempre que eu estava me beneficiando. Era um momento meu em que eu tinha pensamentos positivos para desejar coisas boas para todos que estavam na sala de tratamento comigo”, diz. Em seguida, recebeu a notícia da cura.



Para as mulheres que estão em processo de combate ao câncer de mama, Celia Regina de Macedo Tanus deseja determinação nessa caminhada. Uma caminhada cheia de obstáculos, mas com flores a florir em cada passo dado.



Sintomas e Tratamento



Existem diversos tratamentos para a doença, e a escolha depende do estágio do câncer, e em alguns casos, mais de um método pode ser utilizado. O tratamento envolve:

A Cirurgia, normalmente é usada no estágio inicial do câncer, pois o risco na retirada do tumor é menos prejudicial a mama. Ela engloba a cirurgia reconstrutiva, a mamoplastia -
cirurgia plástica para aumentar ou reduzir o tamanho dos seios ou para reconstruir uma mama, a expansão de tecido - que coloca um balão sob a pele para expandi-la, gradativamente e o tecido ao redor. a linfadenectomia - que remove cirúrgica de um linfonodo, mastectomia - remoção cirúrgica total ou parcial da mama e a excisão local ampla - remoção de uma pequena área de tecido, que ultrapassou a extensão da doença.

A Radioterapia utiliza raios-X e outros raios de alta energia para destruir as células anormais e encolher os tumores. Ela normalmente acontece em estágios que o tumor não espalhou e em casos de não metástases.

A Quimioterapia faz uso de medicamentos orais e intravenosos, para diminuir, controlar ou destruir, em outras palavras, tem objetivo de matar as células que estão crescendo e se multiplicando rapidamente. Ela pode ser feita antes ou depois da cirurgia, tudo é decidido de acordo com estado clínico da paciente. Quimioterapia hormonal - trata cânceres hormonais sensíveis, com intenção de impedir a ação dos hormônios que fazem as células cancerígenas crescerem.


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Este blog é uma versão teste e provisória do Fapcomunica Online, jornal laboratório do curso de Jornalismo da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação

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