terça-feira, 18 de julho de 2017

O vinil e os novos formatos de midia

A REVALORIZAÇÃO DO VINIL E A SUA PRESENÇA 'PALPÁVEL' NA ERA DIGITAL


Por - Israel G.

Em meados da segunda parte dos anos 1940 surgia um tipo de mídia que faria amantes fieis por sua sonoridade particular e o ‘ruído’ característico provindo da agulha em contato com sua superfície, e esta peculiar distinção parece ser provavelmente o apelo e a “nuance” mais evidente que suscita tal experiência sinestésica ao ouvinte. Algo que perpetuaria a paixão e o desvelo demostrado por certos diletantes em prol do vinil ao longo de décadas, trazendo encrustado no “acetato” negro o Zeitgeist que traduz um pouco a essência daquela época.


O vinil, como foi chamado devido ao Polyvinyl chloride, uma das substancias presentes em sua composição, teve e volta a mostrar sua importância. E de que forma tem sido realmente a relação que 'temos' com o vinil? Como suporte físico para a música enquanto arte ou apenas como a materialização de um produto com fins meramente monetizável? Em entrevista concedida a TV cultura em 1985, Elis Regina já ponderava sobre o assunto. 





      Desde sua criação houve diversas variáveis na aquisição do vinil, picos de vendas e fases com muita estagnação, com o surgimento do CD, e mais tarde devido à evolução tecnológica, isto é, o advento do MP3 e os serviços para streamings de músicas através de recursos como o Spotify e o Deezer. Mas o que muitos usuários destes dois últimos não sabem, é que o precursor de tudo isso foi o Napster no início dos 2000’s, e a famigerada “briga” que teve com o Metallica; esta rixa entre eles gerou na rede o infame trocadilho com uma música do grupo “Napster,Napster...”. 


A banda que lançou praticamente todos os seus discos também em formato de vinil, prosseguiu com a tradicional conduta, e o release do novo álbum Hardwired to self destruct (2016) pode ser encontrado em um set com LP duplo. O Metallica é um dos vários artistas que promovem a difusão do vinil no mercado fonográfico.


Após o surgimento de arquivos em formatos mais compactos feitos especialmente para atender o publico “internauta”, que emergia cada vez mais exigente com o desenvolvimento célere da tecnologia, o CD se tornou rapidamente ultrapassado. Concomitante a este processo, o anseio nostálgico das pessoas por reviver ou rememorar praticas e costumes antigos foram tomando novo folego; e essa 'onda' começava a se materializar e o 'mimetismo' gradualmente tornar se mais assíduo em suas vidas, sendo o vinil um dos objetos destes tempos à la retrô. Seu retorno no Brasil dá o pontapé inicial em 2010 quando os proprietários da Deckdisc reabre a Polysom, fabricante no período de 1999 a 2007 e provável responsável pelo boom atual. Em São Paulo futuramente haverá um novo fabricante de vinil, e o projeto pode ser conhecido no facebook ou no site deles.

Paralelamente a isso, sebos, lojas do segmento e feiras especializadas iam ganhando espaço. Um exemplo disso é o Casarão do Vinil, um exímio fruto de uma das feiras que acontecia periodicamente, e ganhou morada fixa na zona leste de São Paulo...! Outras lojas, que se destacam na comercialização de vinil em SP é a Sensorial Discos, a Locomotiva discos e a Baratos e Afins, que é comandada por Luiz Calanca e família, e irá completar 40 anos de atividade em 2018, ele fala um pouco deste marco e comenta sua opinião sobre o pequeno espaço que a música popular brasileira tem atualmente na mídia.






Em 2016 o disco mais vendido do ano foi o álbum Blackstar do cantor David Bowie, artista com inúmeros sucessos como Space Oddity, Lady Grinning Soul, Modern Love, Life on Mars, Absolute begginners.
FONTE: IMAGEM DIVULGAÇÃO


O motivo deste recorde de vendas deve se provavelmente a morte do cantor, o camaleão do Rock deixou milhares de fãs em janeiro do mesmo ano de lançamento do disco, após luta contra o câncer. Além do legado de vários de seus álbuns e trabalhos produzidos em vinil. David Bowie também fez participação ilustre no disco Reflector da banda Arcade Fire, álbum que por acaso foi lançando em uma edição limitada em vinil duplo de ‘12... Veja aqui detalhes de tamanhos. 

FONTE: SITE OFICIAL DA BANDA

Ele também é muito citado no livro Thing of Beauty no qual a protagonista Gia tem uma leve obsessão pelos discos de Bowie na adolescência, e a historia se passa no introito dos anos 1960 até a metade dos 80’s, épocas em que o vinil estava altamente em voga apesar do surgimento de sua prima próxima, a fita cassete ou simplesmente K7, em 1963. Entre as canções que o cantor compôs que embalaram e ainda empolgam muita gente, está Heroes um de seus mais conhecidos hits. Apresentado ao publico mais jovem, e utilizado no filme As vantagens de ser invisível (The perks of being a wallflower), tendo sido esta e outras composições escolhidas para fazer parte da trilha sonora do longa-metragem. E o que tem de especial nisso é que esta trilha foi lançada em vinil.


FONTE: SITE URBAN OUTFITTERS

O vinil tornou se um item querido de muitos, e não se limita ao estilo musical. Diferentes artistas se destacaram na venda desse “bolachão” de policarbonato, o grupo Radiohead com  seu indie e o disco A Moon Shaped Pool, e os antecessores In Rainbows e o Okay Computer. A cantora Adele com um pop mais estruturado no disco 25. Outra  cantora famosa com um disco de vinil muito vendido é Amy Winehouse, com recorde exponencial de vendas do seu álbum Back to Black, após sua morte em 2011, e que se mantem entre os dez mais vendidos até hoje.


Para 2017 existe a previsão de 18% no aumento das vendas de acordo com matéria do globo, as vendas devem ultrapassar US$ 1 bilhão pela primeira vez após os anos 1980; caso queira ler na integra. Com a alta procura e o enorme investimento das grandes gravadoras, os fabricantes de vinil triplicaram o tempo para a produção de cada unidade. Isso não foi um negócio exatamente favorável para a música eletrônica,  pois os investidores estão muito mais preocupados com os lucros e dividendos, do que propriamente com a qualidade do tipo de música que estão disseminando por ai. Para eles, o vinil seria apenas mais um tipo de chamariz para fisgar o interesse dos consumidores para outros de seus produtos. Leia mais em ilustrada





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