terça-feira, 2 de maio de 2017

O marketing digital da Netflix

A empresa norte-americana fundada em 1997, viu oportunidade de crescer no mercado e se estabilizar, trazendo cada vez mais consumidores para a plataforma. Em especial no Brasil, que foi o primeiro mercado internacional do serviço

Por Isabel Branquinha*


Netflix é o serviço on demand de aluguel de filmes, onde o usuário acerta um valor mensal e assim tem acesso a um vasto catálogo de produções cinematográficas, documentários e séries ilimitadamente. Já está presente em mais de 130 países e representa uma ameaça ao serviço de tv por assinatura.

No entanto, o seu grande crescimento não se dá apenas pela sua facilidade e seu catálogo mais do que satisfatório - o do Brasil, por exemplo, é o melhor do mundo tendo 85 dos 250 melhores filmes segundo levantamento feito pelo site especializado The Streaming Observer -, mas sim pela sua fantástica estratégia de marketing.

Além de um atendimento impecável aos consumidores (com equipe treinada), retornos rápidos, SAC via telefone e redes sociais, iniciativas voluntárias em busca de aperfeiçoar conteúdo programático, a plataforma também observou a necessidade de investir em campanhas que trouxessem o consumidor para perto, não apenas pela satisfação, mas pela ligação tênue e próxima que geraria.

Sendo assim, a empresa norte-americana fundada em 1997, viu ai a oportunidade de crescer no mercado e se estabilizar, trazendo cada vez mais consumidores para a plataforma. Em especial no Brasil, que foi o primeiro mercado internacional do serviço.

Contudo algo diferente precisou ser planejado, afinal o conteúdo liberado como propaganda pela Netflix no Brasil se difere em relação a todos os outros países que possuem o mesmo. Como por exemplo a chamada para a segunda temporada de Orange is the new Black, série original da plataforma com personalidades bem características como Inês Brasil e Valesca Popozuda.


                                 


Tudo caminha para uma forma bem humorada de utilizar alguns virais e memes brasileiros em favor de seu marketing. Possivelmente o SEO Reed avistou a chance de se aproximar do usuário brasileiro através das suas particularidades, uma vez que em comparação ao resto do mundo simboliza o povo mais receptivo e contundente da plataforma. Uma forma de exemplificar isso é o fato de o Brasil estar na mesma porcentagem de usuários que o Canadá e o Reino Unido, ainda que possua uma falha maior na tecnologia em relação a esses países.

Dentro do solo tupiniquim, a plataforma já atinge mais audiência que a emissora de TV SBT. Isso porque a maior parte dos assinantes (57%) procuram pelo conteúdo original produzido pelo serviço.

Sendo assim porque não investir em uma divulgação mais atrativa para esses conteúdos, utilizando de fato de meios que consigam integrar o usuário 100% a plataforma, atingindo grande parte da população.

A Netflix está mais do que centrada nesse tipo de investimento. Durante o lançamento da série original Stranger Things a produtora pegou carona na lenda urbana da Boneca da Xuxa, já que a série é um thriller, e mandou ver na divulgação. As coisas deram tão certo que investiram em um segundo vídeo, agora com a própria apresentadora, como se estivesse em seu programa lendo cartinhas. O público foi a loucura!


                                    

Durante as datas comemorativas a plataforma mostra-se também engajada com seu público, usando os feriados de maneira criativa. Como foi no carnaval, quando embarcou na ideia das marchinhas e produziu uma especialmente para os “viciados” em maratonar e não sair do sofá. Mais uma vez um sucesso entre os consumidores.



                         

Não dá para negar que a receita da Netflix para o marketing digital no Brasil não tem falhado, apenas alavancado a audiência e o número de assinantes da plataforma, que hoje já chega a 6,8 milhões. Tendo em vista que no mundo todo esse número está próximo dos 93,8 milhões.


Ainda nessa pegada, a marca buscou ir além, não só produzir propagandas para construir uma relação efetiva com o público, mas também dar a cada país uma série original, gerando oportunidades para os artistas locais, e maior sincronismo com a população, um nacionalismo fabricado.

E assim foi, no Brasil a pouco foi lançada a série 3%, que conta de uma distopia pela qual o povo brasileiro vive. A produção já lucrou milhões e está arrebatando telespectadores não só dentro do país, mas fora também, sendo uma das série internacionais mais vistas.




Dados retirados do Blog Lançamentos Netflix.

A fórmula de investimento tem dado tão certo e já se estrutura como base para outras empresas que querem atingir de maneira efetiva o consumidor. É um estudo de caso abordado em diversas áreas que tem como propósito atingir um receptor de maneira correta.


Criatividade e adequação ao ambiente no qual está inserido fazem toda a diferença para que um projeto dê certo, como explica Cláudio Lemos, dono de uma empresa de marketing digital. “Visar todo o panorama organizacional de um país (no caso da Netflix) faz com que o leque de opções inteligentes surjam, além de sempre contar com bons profissionais, que estejam preparados para demandas surpresas”, afirma Lemos.

Enfim, talvez seja hora de voltar para o sofá e assistir a mais alguns episódios de Sense8 ou qualquer outra produção que esteja no catálogo, afinal são mais de cinco mil títulos disponíveis e com qualidade HD, além da possibilidade de baixar alguns capítulos e ver depois sem utilizar os dados da internet. É, parece que tudo gira à favor dessa nova forma de consumir cultura pop.


Os Vídeos estão bombando
No Brasil hoje os anúncios em vídeos na internet impulsionam o mercado publicitário digital. De acordo com pesquisa realizada pela IAB Brasil em parceria com a Comscore, os investimentos no setor cresceram 115% em relação a anos anteriores, ou seja, existe uma carga tributária de 2,22 bilhões de reais que suprem esse ramo.

Visando esse ponto, segundo Cristiano Nobrega, do Interactive Advertising Bureau Brasil, o crescimento se dá com mais voracidade pelo fácil acesso a smartphones e melhor qualidade de banda larga no Brasil.

Ainda em entrevista para a Folha, Nobrega ressaltou que não existe crise no marketing digital, e que os vídeos ficam com 19% dos investimentos gerais da publicidade, porque de fato não precisam de grande quantidade quando se tem profissionais qualificados parcialmente baratos.


*Estudante do 6º semestre noturno de Jornalismo da FAPCOM
FAPCOMUNICA ONLINE - produção jornalística desenvolvida na disciplina Jornalismo Digital: Práticas Laboratoriais, com supervisão da professora Fernanda Iarossi
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