quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Excesso de tecnologia digital traz riscos para a saúde ocular de crianças e adolescentes

Entre os principais efeitos colaterais das novas tecnologias, encontra-se a epidemia de miopia entre crianças e adolescentes

Foto: http://arkamedia.nl

Por Mario Tadeu

Um olhar atento de pais e professores pode ajudar a prevenir futuros problemas de visão. É cada vez mais comum ver crianças e adolescentes “grudados” em equipamentos eletrônicos. Monitores de videogames, computadores, tablets, smartphones... Muito cedo eles começam a fazer parte da vida das novas gerações, cada vez mais cedo. O uso excessivo destes equipamentos tem aumentado demasiadamente e, com ele, o desenvolvimento precoce de problemas oculares, tais como miopia, cansaço visual, vermelhidão, ardência, lacrimejamento, sensibilidade à claridade, visão embaçada, olhos secos e sensação de peso nas pálpebras, dentre outros.

Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou um crescimento no uso de celulares em 107,2% e da internet em 143,8% nos últimos anos, e as telas pequenas desses aparelhos, com baixas resoluções, exigem um foco mais preciso da visão, podendo desencadear a chamada “Síndrome da Visão do Computador”, com a maioria dos sintomas já descritos acima. Quanto maior a tela, alta resolução e imagens nítidas, menor esforço ocular necessário, porém, muito tempo diante desses equipamentos podem gerar os mesmos problemas a médio prazo.

A vista cansada, decorrente da fixação dos olhos na tela de aparelhos que emitem luz durante muito tempo, resulta no aumento entre as piscadas e gera o ressecamento ocular. A curto prazo, a córnea fica hipersensível e gera os sintomas citados; a longo prazo, a córnea pode se tornar menos sensível, ocasionando inflamações e ulcerações. Focar imagens em telas digitais pode causar mais cansaço visual do que a leitura de um livro ou revista. Pausas frequentes podem reduzir a fadiga visual das crianças e adolescentes em contato com esses aparelhos. De acordo com os doutores Christian Wang e Denis Wang, especialistas da clínica Multiclin, o ideal é, a cada 20 minutos, afastar-se e olhar para um outro objeto mais distante por um mínimo de 10 segundos.

Uma visita anual ao oftalmologista deve fazer parte da vida de crianças e adolescentes, já que problemas oculares diagnosticados precocemente terão pouca ou nenhuma repercussão na fase adulta. Se não percebidos, podem prejudicar o aproveitamento escolar e acarretar sequelas para sempre.

 Fonte: TV Cultura – Jornal da Cultura – Epidemia de Miopia

O olho humano e displays eletrônicos

As primeiras gerações digitais sofreram muito mais os efeitos dos malefícios causados pela exposição a telas de aparelhos eletrônicos. Os monitores CRT, sigla que traduzida para o português significa tubo de raios catódicos, tinham taxa de atualização de imagem em níveis reduzidos demais para o olho humano e causavam um efeito chamado flickering, uma oscilação quase imperceptível, mas que cansa rapidamente a visão.

Atualmente o LCD, liquid crystal display, tornou-se o principal tipo de tela dos aparelhos digitais. A iluminação é toda feita em uma lâmpada fluorescente especial, que espalha a luminosidade pela tela. Tem uma taxa de atualização, que em geral é algo em torno de 200 Hz ou piscadas por segundo, minimizando os danos à visão. A imagem visualizada em um monitor LCD se mantém estática até que suas cores ou formas mudem, sem cansar tanto a visão como ocorria em um CRT. Como a iluminação tem altas taxas de frequência, o efeito de flickering não ocorre tão nitidamente.

Foto: https://piximus.net

Epidemia de Miopia

Especialistas estão cada vez mais preocupados com o aumento expressivo de casos de miopia (dificuldade de focalizar pontos distantes). Nos últimos 50 anos, o número de pessoas com a doença duplicou e as estimativas futuras não são nada boas. A previsão é de que nos próximos anos um terço da população mundial terá miopia, e até 2050 o número pode chegar a 50% da população mundial. A maior incidência deste aumento está entre os jovens do leste asiático, que chegam aos níveis de 90% dos adolescentes de ensino médio míopes em países como China e Coreia do Sul, locais onde o uso de aparelhos digitais é, por si mesmo, uma grande epidemia. Esses dados foram pesquisados pela Universidade de Houston (EUA, Texas).

Embora a maior parte dos casos de miopia na infância seja hereditária, as pesquisas já sugerem que o esforço visual exigido pelo uso constante de aparelhos digitais está relacionado à miopia, devido ao esforço para manter o foco, causando uma fadiga que provoca alterações nos olhos e pode contribuir para o desenvolvimento dessa patologia. Para Dr. Smith do Instituto de Olhos da Universidade de Houston, “em situações em que existe alta demanda educacional, as pessoas têm grandes chances de tornarem-se míopes. Eu uso nossos estudantes como exemplo. Quase metade deles teve o seu grau de miopia aumentado durante os quatro anos de Faculdade... Embora a genética tenha um papel em determinar a nossa suscetibilidade, há algo em nosso comportamento e nosso ambiente que está contribuindo para o aumento de casos de pessoas míopes".

Prevenção
  • Faça pausas de no mínimo 10 segundos, a cada 20 ou 30 minutos durante o uso de aparelhos digitais e procure olhar para pontos distantes.
  • Ajuste a luminosidade do ambiente e da tela do computador. Luminosidade excessiva ou ambientes muito escuros, resultará em contração ou dilatação das pupilas, gerando cansaço visual.
  • Uma distância recomendada entre o monitor e o olho é de 45 a 70 cm. Posicione o monitor entre 10° e 20° abaixo do nível dos olhos.
  • Displays grandes cansam menos os olhos e evite usar letras pequenas.
  • Lembre-se de piscar. Os olhos humanos piscam, em média, quinze vezes por minuto, mas essa taxa diminui pela metade quando estamos diante da tela de um aparelho digital.
  • Lubrifique seus olhos com colírios recomendados por seu oftalmologista.
  • Consulte um oftalmologista pelo menos uma vez por ano e/ou sempre que o desconforto com a visão se tornar recorrente.


No portal do Conselho Brasileiro de Oftalmologia – CBO é possível consultar diversas informações sobre saúde ocular e amplo material sobre tratamentos e prevenção sobre os principais problemas de visão.


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