Projeto na área de programação incentiva a entrada das mulheres no universo da tecnologia e mostra que o problema da exclusão é muito maior do que se pensa
Por Bervelin Lins
Por Bervelin Lins
O
ambiente tecnológico desde sempre foi direcionado aos homens. Desde pequenos,
são eles quem recebem incentivos para o mundo da tecnologia e ocupam a
principal voz quando a conversa é voltada para o lado nerd. Enquanto as
mulheres são educadas para brincar com bonecas, eles ganham jogos para ajudar
no desenvolvimento de habilidades.
Com criações diferentes e a imposição sobre mulheres de atenderem aquilo que a sociedade classifica como “coisas de meninas", a tecnologia e o gênero feminino são separados por um abismo. Uma pesquisa do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), por exemplo, mostra como a desigualdade entre homens e mulheres nessa área é gigantesca.
Em 2015, segundo o instituto, dos 330 integrantes no curso de computação da USP(Universidade de São Paulo), 38 eram mulheres, ou seja, apenas 11%. O número chocou três amigas, que decidiram fazer algo para mostrar “HTML também é a linguagem das minas” e assim criaram o projeto “Minas Programam”. O objetivo do projeto não é apenas inserir mulheres no âmbito tecnológico, mas também mostrar que o problema da exclusão é muito maior do que se pensa.
"Estávamos muito em contato com a temática de direitos digitais e percebemos que essa discussão era fortemente pautada por homens. Começamos a pensar o porquê disso", conta uma das fundadoras do projeto, Bárbara Paes, 24 anos, formada em Relações Internacionais, na USP. "Como e por que as mulheres ficaram tão excluídas desse espaço?", questiona.
Elas não visam apenas oferecer um curso sobre programação, e sim, algo acessível onde mulheres possam compartilhar conhecimento e se sentir confortáveis, sem serem julgadas ou menosprezadas.
Para Fernanda Baldino, também formada em Relações Internacionais, para quebrar com qualquer tipo de estereótipo, mulheres que ocupam espaço no mundo da tecnologia mostram que também manjam muito do assunto. Também integrante do grupo, Fernanda acha que a tecnologia é algo que agrega em vários âmbitos da vida. "Você não precisa necessariamente seguir na área de tecnologia para querer ter este conhecimento, você pode aplicar em outros âmbitos, podendo ser uma advogada que entende de tecnologia e aplica isso em seus contratos ou você pode usar a programação para abrir sua loja online", explica.
Com criações diferentes e a imposição sobre mulheres de atenderem aquilo que a sociedade classifica como “coisas de meninas", a tecnologia e o gênero feminino são separados por um abismo. Uma pesquisa do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), por exemplo, mostra como a desigualdade entre homens e mulheres nessa área é gigantesca.
Em 2015, segundo o instituto, dos 330 integrantes no curso de computação da USP(Universidade de São Paulo), 38 eram mulheres, ou seja, apenas 11%. O número chocou três amigas, que decidiram fazer algo para mostrar “HTML também é a linguagem das minas” e assim criaram o projeto “Minas Programam”. O objetivo do projeto não é apenas inserir mulheres no âmbito tecnológico, mas também mostrar que o problema da exclusão é muito maior do que se pensa.
"Estávamos muito em contato com a temática de direitos digitais e percebemos que essa discussão era fortemente pautada por homens. Começamos a pensar o porquê disso", conta uma das fundadoras do projeto, Bárbara Paes, 24 anos, formada em Relações Internacionais, na USP. "Como e por que as mulheres ficaram tão excluídas desse espaço?", questiona.
Elas não visam apenas oferecer um curso sobre programação, e sim, algo acessível onde mulheres possam compartilhar conhecimento e se sentir confortáveis, sem serem julgadas ou menosprezadas.
Para Fernanda Baldino, também formada em Relações Internacionais, para quebrar com qualquer tipo de estereótipo, mulheres que ocupam espaço no mundo da tecnologia mostram que também manjam muito do assunto. Também integrante do grupo, Fernanda acha que a tecnologia é algo que agrega em vários âmbitos da vida. "Você não precisa necessariamente seguir na área de tecnologia para querer ter este conhecimento, você pode aplicar em outros âmbitos, podendo ser uma advogada que entende de tecnologia e aplica isso em seus contratos ou você pode usar a programação para abrir sua loja online", explica.
Outro
ponto discutido com as alunas é o por quê da desigualdade nesta área. Assim,
fica mais fácil compreender que suas dificuldades não são uma questão técnica.
“As mulheres foram deliberadamente excluídas do mundo da tecnologia, excluídas
das universidades, dos cursos de ciência da computação, porque é uma área
rentável e envolve muito poder econômico", explica Bárbara.
E para a inclusão delas nesse meio é necessário incentivar. "A gente viu que não tinha muito estímulo, que era uma coisa muito mais voltada para meninos e que vários tem esse conhecimento na vida, coisa que meninas não tinham", complementa.
O que é o programa
“Minas programam” é um curso que não trabalha só com a teoria da tecnologia, os números ou softwares, o empoderamento feminino também é trabalhado. Ao discutirem o problema estrutural que divide homens e mulheres, elas desconstroem em cada uma que está ali, querendo entender mais sobre este mundo, que o problema não está apenas nelas por achar que não entenderam um determinado código, mas que a questão vai muito além.
E para a inclusão delas nesse meio é necessário incentivar. "A gente viu que não tinha muito estímulo, que era uma coisa muito mais voltada para meninos e que vários tem esse conhecimento na vida, coisa que meninas não tinham", complementa.
O que é o programa
“Minas programam” é um curso que não trabalha só com a teoria da tecnologia, os números ou softwares, o empoderamento feminino também é trabalhado. Ao discutirem o problema estrutural que divide homens e mulheres, elas desconstroem em cada uma que está ali, querendo entender mais sobre este mundo, que o problema não está apenas nelas por achar que não entenderam um determinado código, mas que a questão vai muito além.
Fora
as dificuldades de enfrentar uma sociedade que não apoia as mulheres, outro
grande inimigo é a própria autoconfiança abalada por essa questão. "As
dificuldades que antes elas achavam que eram individuais, entendem ali no
coletivo, que compartilham dessas com outras garotas que passam pelos mesmos
obstáculos", sintetiza Fernanda.
Bárbara
revela já ter ouvido de algumas alunas que já foram expostas de forma negativa.
“Tinham muitos relatos de meninas no curso, que foram humilhadas em sala de
aula e desacreditadas totalmente ao longo da sua trajetória na escola.”
Na
visão da Bárbara, integrar as mulheres nesses espaços é fundamental nesta luta.
"Precisamos da discussão, precisamos da tecnologia para criar várias
soluções. É preciso que mulheres ocupem esses espaços, para começarmos a pensar
em soluções"
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