Nascida na pequena cidade de Itapetininga, interior do estado de São Paulo, Isabel Silveira foi criada por uma família bem tradicional, rígida, grande e com cinco irmãos de idades próximas, e com costumes de uma cultura patriarcal onde o homem (pai) é servido sempre e por todos e a mulher (mãe) se comporta e serve o seu homem.
Desde de criança sendo a filha do meio foi ensinada de que há uma grande diferença entre os gêneros: “Meninos podem tudo, meninas não’’.
Ela recorda que um dos seus sonhos quando criança era brincar na rua, mas o pai jamais deixou, porque "meninas devem ficar em casa e fazer os deveres do lar".
Bel era sempre prestativa e fazia de tudo para agradar sua mãe. Sua irmã se aproveitava disso e deixava tudo nas costas dela. Com isso, acabou desenvolvendo uma ansiedade que até hoje a persegue em diversos momentos. Diz, às vezes, fica “pilhada” ao fazer algo mesmo não sendo necessário este sentimento.
A mãe era religiosa e papai não. Mas ele teve um momento que, para buscar mais apoio, quis conhecer diferentes religiões. E isso fez com que a família tivesse contato com diferentes tradições. Com o tempo, Bel optou por ser presbiteriana.
No ano de 1986 a passeio pela capital paulista, ela encontrou uma oportunidade que mudaria o ciclo da sua vida: viu uma placa com vaga para professor. Como já tinha concluído o Magistério (habilitação que obteve dentro do antigo segundo grau e que permitia a profissão de professor para estudantes de educação infantil), viu uma possibilidade de emprego.
Então se mudou para São Paulo e morou na casa de amigos da família, já que foi uma das condições que seu pai impôs para que ela viesse. Alguns anos já atuando na área da educação - que é a sua paixão - encontrou o seu amor, o namorado de infância e esse reencontro fez com que eles se casassem. Depois de alguns anos, tiveram o primeiro filho, Guilherme. Após cinco anos, veio o André, que “nasceu com nota 10”. Bel brinca com isso pois o mais velho teve complicações no parto.
Bel morava em dois cômodos na zona leste da capital de aluguel e, após o nascimento do segundo filho, resolveu que precisava mudar. Foi uma procura constante por um imóvel. Chegou a fazer financiamento no banco para conseguir, mas não foi o suficiente para adquirir o bem junto de imobiliárias. Então, lembrou-se de um pedaço de jornal com o anúncio de um apartamento do jeito que ela queria e que estava a venda há muito tempo. Comentou sobre este recorte, que estava na geladeira, com a corretora que já dizia com antecedência que a dona era uma “velha, que não queria vendê-lo".
Mesmo assim, Bel quis ver o local. Ficou encantada com o apartamento e ouviu tudo que a senhora tinha a dizer e no fim acabou comprando, o que a deixou super emocionada pois não tinha condições para pagar e mesmo assim a dona aceitou uma proposta que cabia no seu bolso.
A mais presente
Ela é a filha mais presente na vida dos pais, que continuam vivendo em Itapetininga. O pai cria gansos, já que a casa é grande. E sempre que os visita ao ouvir a voz dele, ainda estremece. “É como se aquela menina de 10 anos ainda estivesse lá."
Tem uma admiração por eles e vê os pais como espelho do relacionamento. "Mamãe sempre estava lá para ele". Em suas palavras, o amor é cuidado: "Quando você escolhe cuidar do outro independente de qualquer coisa."
Carreira acadêmica
Sua relação com a FAPCOM começou em 2008 e desde então todas as quartas-feiras do período letivo, Bel leciona para os cursos de Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Rádio e TV e Relações Públicas.
Além da vida acadêmica, ela também é cenógrafa e tem prazer em fazer grandes eventos que envolvam bastante criatividade. Vê isso com um grande desafio. Ela conta com a ajuda de outros mestres em outras áreas para fazer fluir a ideia e agora está em um novo projeto com quadrinhos que também é uma de suas paixões.
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