Por Igor Siqueira e Paulo de Faria
O mercado de orgânicos no Brasil atravessa uma fase de expansão. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, há mais de 17 mil produtores orgânicos cadastrados, dos quais cerca de 70% representam a agricultura familiar. Em 2013, por exemplo, o número de entidades registradas responsáveis pela produção de orgânicos era somente de 6.700. De lá para cá o Brasil tem se consolidado como um dos maiores produtores orgânico do mundo.
Bem diferente dos alimentos produzidos em massa pelas grandes indústrias, os alimentos orgânicos são gerados de maneira harmoniosa com o meio ambiente, livres de substâncias químicas que também podem representar risco à saúde do consumidor - alguns, inclusive, são cancerígenos.
Na Câmara dos Deputados, em Brasília, tramita o PL 6299/2002, conhecido como “PL do Veneno” por ativistas ambientalistas. Dentre suas propostas, a proposta visa a alteração do nome “agrotóxicos” para “pesticidas”. Antes, a proposta sugeria a alteração para “produto fitossanitário”. Aqueles que se opõem ao projeto alegam que a mudança de nomenclatura pode servir como uma espécie de disfarce, já que muitos agrotóxicos são altamente perigosos para a saúde de quem os consome.
Por outro lado, os que defendem a aprovação do PL afirmam que o objetivo não é colocar “veneno” no prato das pessoas e que está previsto a atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para combater produtos que possam apresentar riscos.
Agrotóxico no Brasil
Os agrotóxicos são substâncias químicas utilizadas para combater fatores indesejados que causam danos na produção, como insetos, fungos e algumas plantas (chamadas de “daninhas”). O problema é que a aplicação dessas substâncias pode ser perigoso, tanto para o trabalhador que aplica, quanto para quem apenas consome através da alimentação ou até mesmo do ar.
O Brasil é líder mundial no uso de agrotóxicos. Segundo o Dossiê da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), cerca de 70% dos alimentos consumidos possuem algum tipo de substância química e 28% contêm substâncias não autorizadas pela Anvisa.
O Brasil é líder mundial no uso de agrotóxicos. Segundo o Dossiê da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), cerca de 70% dos alimentos consumidos possuem algum tipo de substância química e 28% contêm substâncias não autorizadas pela Anvisa.
Fonte: ANVISA/2002
Principais doenças causadas por agrotóxicos
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMC) o consumo de agrotóxicos é causa da morte de 20 mil pessoas por ano em todo mundo.
Dentre as principais doenças, destacam-se:
Câncer e paralisia;
Problemas neurológicos e cognitivos;
Dificuldades respiratórias;
Irritações na pele e alergias;
Aborto e má formação do feto.
O produtor orgânico Matheus José, de 20 anos, faz um alerta e chama atenção para a questão ambiental:
A procura maior por alimentos orgânicos se explica pelo fato de que o brasileiro está, cada vez mais, se interessando pelos hábitos saudáveis, como aponta o estudo realizado pela Organis - Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável:
A consumidora Daniele Gurgel, 50, não consome alimentos que não sejam orgânicos há aproximadamente 15 anos e explica os motivos:
Orgânicos fazem bem para saúde
Os maiores e mais importantes benefícios da alimentação orgânica encontram-se no campo da saúde. Alimentos não orgânicos contêm diversos tipos de produtos químicos - conhecidos como agrotóxicos - que visam a preservação e o crescimento mais rápido das hortaliças e produtos no geral.
A partir do momento que os alimentos orgânicos não levam esses agrotóxicos, a saúde de quem consome é preservada.
Além disso, a produção orgânica respeita o solo e o meio ambiente como um todo e entrega o alimento com suas características naturais: cheiro, cor, textura e, principalmente, sabor.
Por não receberem agrotóxicos, os alimentos orgânicos evitam reações colaterais nos consumidores como crises alérgicas, problemas hormonais e neurológicos, além de diminuir drasticamente o risco de câncer.
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