sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Primeiro time de rugby LGBT do Brasil

Inclusão e diversidade no esporte motivam a iniciativa

Por Matheus Macedo

Fonte: Kevin Scott
Durante toda a história da humanidade, as práticas esportivas tiveram um papel significativo – para ajudar na sobrevivência do homem, como nos casos da corrida e da caça, ou na preparação para enfrentar guerras, como no caso da esgrima e de outras lutas, além de contribuir também para o aperfeiçoamento do corpo humano. Certamente, muitas dessas práticas sumiram com o passar dos anos e, hoje, são conhecidas como práticas pré-esportivas.

O esporte como conhecemos nos dias atuais traz diversos benefícios para a sociedade, desde a inclusão social, tirando crianças e jovens das ruas e de situações de vulnerabilidade, até a melhora da qualidade de vida de quem o pratica. O esporte tem o poder de mudar vidas e servir como ferramenta de luta contra a violência, o racismo, a intolerância e o sexismo.

Apesar dos anos de luta contra os diversos preconceitos, ainda deparamos com situações de intolerância e desrespeito pelo próximo. Apesar disso, é preciso divulgar e difundir iniciativas que procurem combater rotulações e lutar em prol da inclusão no esporte.

Um exemplo desse tipo de iniciativa é o time LGBT Tamanduás-Bandeira Rugby Club. Fundado por Bruno Kawagoe, Alan Alves e Marcelo Cidral em março deste ano, é o primeiro time do Brasil voltado para a inclusão de pessoas de diversas orientações sexuais nessa modalidade esportiva. Bruno conta que a ideia inicial era promover treinos abertos antes de fundar o time.





“A gente percebeu que não precisaria de muita coisa nesse começo. Precisava de um lugar pra treinar, algumas bolas e pessoas interessadas em jogar”, relatou Bruno. Para pôr em prática a ideia, os três amigos criaram um evento no Facebook e convidaram amigos próximos para participar do primeiro treino. Desde então, todos os sábados, às 15h, em frente ao Obelisco do Ibirapuera, e às quintas-feiras, às 20h, na Praça da Paz, cerca de 20 a 25 pessoas se reúnem para praticar o esporte.

Fonte: Kevin Scott

Para participar, não importa a idade, a orientação sexual, o porte físico ou saber jogar – basta ter força de vontade para aprender uma nova modalidade esportiva.  Marcelo Domingues, 26, descobriu o time através de amigos pelo Facebook. Ele conta que viu a confirmação de presença de um de seus amigos no evento, ficou curioso e foi perguntar a ele sobre o time. Marcelo acabou indo conhecer e já está há quatro meses frequentando os jogos.



Marcelo já havia praticado outros esportes, como jiu-jitsu e vôlei, e chegara a tentar fazer um treino de rugby na faculdade, mas acabou desistindo. “O esporte é muito legal e eu não conhecia. Aqui eu gostei, porque tem muita gente começando e muita gente disposta a ensinar”, encerra.
Fonte: Kevin Scott

Estreante no time, Josiane Santos decidiu participar do treino após um convite de amigos que já participavam dos treinos. “É a primeira vez que eu pego em uma bola de rugby, que vejo e ouço alguma coisa do esporte”, confessa. Josiane diz que um amigo da faculdade que participa do time vivia falando dos treinos e não deixava de ir a um único treino sequer.



Assim como Marcelo, Josiane tentou praticar futebol com os amigos do trabalho – o que não deu certo. “Faço natação na faculdade e nadar é muito mais fácil. É você (sozinha) na piscina; ninguém está te empurrando ou te pegando e te abraçando”, admite.
Fonte: Kevin Scott
Quando o assunto é preconceito, Bruno diz que, pelo fato de o grupo ser grande, é mais difícil as pessoas serem preconceituosas. “Aqui geralmente estamos em um grupo de 20 a 25 pessoas, então acho que rola um medo de mexer, medo de retaliação, de a gente revidar”, afirma o líder do time.

Para ele, o rugby é um esporte mais receptivo que os demais esportes. No entanto, confessa que ainda sente olhares indiscretos e ouve alguns comentários, ainda que sutis.


O rugby


O esporte, de origem inglesa, surgiu em meados do século XIX. Muito semelhante ao futebol, pode ser praticado por homens e mulheres e tem como características o contato físico e os jogadores correndo com a bola nas mãos.

No Brasil, chegou no final do século XIX, mesma época em que Charles Miller desembarcava no Brasil trazendo na bagagem não só uma bola de futebol, mas também uma de rugby. O primeiro time de que se tem registro surgiu no Rio de Janeiro, sob o título Clube Brasileiro de Futebol Rugby.

Charles Miller, considerado o “pai” do futebol no Brasil, pode ter sido o responsável por organizar a primeira partida da modalidade em 1894. Ele foi um dos fundadores do São Paulo Athletic Club, o mais tradicional clube de rugby do Brasil.

Diferentemente do que aconteceu nos países vizinhos Argentina e Uruguai, em que o esporte ganhou muitos adeptos, a modalidade não se propagou entre os brasileiros. Porém, o esporte vem ganhando apreciadores desde que começaram a ser veiculados torneios e seleções mundiais de rugby pela internet e televisão, além dos Jogos Olímpicos sediados no Rio de janeiro.

Confira como jogar e as regras do rugby:


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